terça-feira, 29 de setembro de 2015
quinta-feira, 10 de setembro de 2015
O UNIVERSO
Toda a história tem um começo, até mesmo a história do universo. A 13,7 bilhões de anos um misterioso evento deu origem ao universo. Uma grande explosão. É a história de criação de cada átomo, estrela e galáxia. Mas esta também é a nossa história. Como que ao longo de milhares de anos, o homem criou uma imagem do universo, tentou explicá-lo através da ciência e descobriu seu lugar dentro dele. Esta é a história de todas as coisas, de xamãs a cientistas, além do Big Bang.
ILUSÃO DE ÓPTICA
Ilusão de óptica são imagens que enganam momentaneamente o cérebro deixando o inconsciente confuso e fazendo com que este capte idéias falsas, preenchendo espaços que não ficam claros à primeira vista. Podem ser fisiológicas quando surgem naturalmente ou cognitivas quando se cria com artifícios visuais.
FÍSICA 2 - Lista 1 ( 3ª etapa)
EXERCÍCIOS DE FÍSICA MCU
Física 2 – LISTA 1
01 -(FUND. CARLOS CHAGAS) Uma partícula executa um movimento
uniforme sobre uma circunferência de raio 20 cm . Ela percorre metade da
circunferência em 2,0 s. A freqüência, em hertz, e o período do movimento,
em segundos, valem, respectivamente:
a) 4,0 e 0,25
b) 2,0 e 0,50
c) 1,0 e 1,0
d) 0,50 e 2,0
e) 0,25 e 4,0
02- (FUND. CARLOS CHAGAS) Duas polias de raios R1
e R2 estão ligadas entre si por uma correia. Sendo R1 =
4R2 e sabendo-se que a polia de raio R2 efetua 60
rpm, a freqüência da polia de raio R1, em rpm, é:
a) 120
b) 60
c) 30
d) 15
e) 7,5
03 - Uma partícula executa um movimento circular
uniforme de raio R=1m com
aceleração
0,25m/s2. Determine:
a) a velocidade
escalar;
b)o período e a frequência;
c) a velocidade angular.
b)o período e a frequência;
c) a velocidade angular.
04 - (FUVEST) Uma
cinta funciona solidária com dois cilindros de raios RA=10cm e
RB=50cm.
Supondo que o cilindro maior tenha uma frequência de rotação fB
igual
a 60rpm:
a) Qual a frequência de rotação fA do cilindro menor?
b) Qual a velocidade linear da cinta ?
a) Qual a frequência de rotação fA do cilindro menor?
b) Qual a velocidade linear da cinta ?
05- Uma roda gira com freqüência
de 1200 rpm. Determine a freqüência e o período
em segundos.
06 -Um corpo em movimento
circular completa 20 voltas em 10 segundos. Determine
o período e a freqüência do movimento
07 -Uma roda-gigante de raio 5m e
freqüência 0,4Hz está em MCU, calcule a
velocidade de um garoto nela sentada.
08 -Duas polias
ligadas por uma correia, uma possui raio 40cm e realiza 120 voltas por
segundo.
Calcule o número de voltas por segundo realizada pela outra, sabendo que
tem 60cm
de raio.
09 - Aceleração tangencial
é aquela que:
- É
responsável pela variação da direção do vetor velocidade
- É
responsável pela variação do módulo do vetor velocidade
- É
responsável pela variação da direção e do módulo do vetor velocidade
- É
responsável pela variação do vetor velocidade
- Não
altera nenhuma das características do vetor velocidade.
10) (UFPE) – As
rodas de uma bicicleta possuem raio igual a 0,50m e giram com velocidade
angular constante de módulo igual a 5,0 rad/s.
Qual a distância percorrida, em metros, por esta bicicleta num intervalo
de 10 segundos?
11)
(UCG-GOIÁS-modificado) – Considere um modelo atômico em que um elétron descreve
em torno do núcleo um movimento circular e uniforme com velocidade de módulo
igual a 2,0 . 106m/s e raio de órbita igual a 5,0 . 10–11m.
Determine:
a) o módulo da velocidade angular
do elétron; 4. 1016 rad/s
b) o período orbital do elétron (adote π = 3); 1,5 . 10 -18segundos
c) o módulo da aceleração do elétron. 8 . 1022 m/s2
b) o período orbital do elétron (adote π = 3); 1,5 . 10 -18segundos
c) o módulo da aceleração do elétron. 8 . 1022 m/s2
12)
Admita que o Sol descreve, em torno do centro de nossa galáxia, uma
órbita circular com movimento uniforme. O raio desta órbita é de 3. 1020m
e o módulo da velocidade de translação é igual a 3 . 105m . s–1.
Admitindo-se p é aproximadamente = 3 e a duração do ano terrestre igual a 3 .
107s, calcule:
a) o módulo da aceleração
associada ao movimento orbital do Sol;
3 .10-10 m/s2
b) o período de translação associado ao movimento orbital do Sol, expresso em anos terrestres 6 . 1015 segundos = 2 . 108 anos
b) o período de translação associado ao movimento orbital do Sol, expresso em anos terrestres 6 . 1015 segundos = 2 . 108 anos
13)
. Na figura, temos um sistema formado por três polias, A, B e C, de
raios respectivamente iguais a RA = 10cm, RB = 20cm e RC
= 15cm, que giram conjuntamente, encostadas uma na outra e sem que haja
escorregamento entre elas.
A polia A é a polia motriz que comanda as demais e gira no sentido horário com rotação uniforme e frequência de 30 rpm.
A polia A é a polia motriz que comanda as demais e gira no sentido horário com rotação uniforme e frequência de 30 rpm.

Seja X o ponto de contato entre
as polias A e B e Y um ponto da periferia da polia C.
Determine, adotando-se p = 3:
Determine, adotando-se p = 3:
a) os módulos das velocidades
lineares dos pontos X e Y;
b) o sentido de rotação e a frequência de rotação da polia B;
c) o sentido de rotação e o período de rotação da polia C.
b) o sentido de rotação e a frequência de rotação da polia B;
c) o sentido de rotação e o período de rotação da polia C.
a) Vx = Vy = 0,30 m/s
b) FB = 0,25 Hz Sentido anti-horário
c) T = 3 s
Sentido-horário
sábado, 5 de setembro de 2015
sexta-feira, 4 de setembro de 2015
A escolha do tema "Luz, ciência e vida" para próxima
edição da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) se baseia em decisão
da Assembleia Geral das Nações Unidas, que proclamou 2015 como o Ano
Internacional da Luz, com objetivo de celebrar a luz como matéria da ciência e
do desenvolvimento tecnológico. A escolha foi anunciada pelo ministro da
Ciência, Tecnologia e Inovação, Clelio Campolina Diniz, na abertura da edição
de 2014 em Brasília.
A definição para a
12a SNCT se deu em parceria da Secretaria de Ciência e Tecnologia para
Inclusão Social (Secis) do MCTI com as associações científicas lideradas pela
Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Segundo o diretor de
Popularização e Difusão de Ciência do MCTI, Douglas Falcão, esse alinhamento
com o tema eleito pelas Nações Unidas promoverá uma maior estruturação,
organização e inserção das instituições brasileiras nas comemorações do ano
comemorativo.
Para estimular as ações nessa
área do conhecimento em todo o Brasil , a Secis, o Instituto TIM e o Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI) estão
organizando um edital de R$ 2,5 milhões. "Temos a certeza de que as
instituições brasileiras irão explorar o tema "Luz, ciência e vida"
de forma muito criativa e teremos uma das mais ricas edições da SNCT em
2015", ressalta Falcão, que é coordenador nacional do evento.
Ligação com a vida e a humanidade
O diretor lembra que a luz
está ligada de forma visceral à vida na Terra e ao caminho da humanidade. Em
termos tecnológicos, avalia, será para o século 21 o que a eletrônica foi para
o anterior. O prêmio Nobel de física deste ano, ressalta, foi dividido entre
três cientistas que desenvolveram o LED azul, fonte de luz mais eficiente,
ecologicamente correta.
Douglas Falcão destaca que foi
apenas com o advento da fibra óptica que a jovem internet passou a nos conectar
transmitindo grandes quantidades de dados em alta velocidade. "Também é
fácil entender a luz como fonte de energia que vem do Sol e que permite a vida
na Terra em toda a sua variabilidade. O ciclo de claro e escuro e a sua duração
influencia o clima, a agricultura e o comportamento humano", pontua.
Ele observa que também se pode
pensar a luz como inspiradora e ferramenta para a arte ou ainda como porta para
o tempo passado do universo, e que, se nas grandes cidades o excesso a
iluminação polui o céu, ainda existem muitos lugares no mundo onde a escuridão
da noite é quebrada apenas pelas luzes das lamparinas a querosene, que
comprometem a saúde de quem elas iluminam. Para a inserção social das pessoas
com deficiência visual, a tecnologia assistiva está criando muitas
oportunidades de inclusão, acrescenta.
"Não é difícil imaginar
muitas outras conexões entre a luz e a humanidade, seja na dimensão
tecnológica, social ou ambiental. Por esse motivo, este tema pode desempenhar
um papel estratégico na educação. Sua transversalidade não respeita fronteiras disciplinares,
culturais, geográficas ou temporais", conclui.
quinta-feira, 3 de setembro de 2015
ENERGIA NO PARQUE
A
ENERGIA NO PARQUE
Com
uma mistura de entusiasmo e apreensão, os passageiros do pequeno
vagão vêem o alto dos trilhos se aproximar lentamente. Atingindo o
cume, começa uma arrepiante sucessão de abismos abruptos, curvas
inesperadas e subidas de tirar o fôlego. Tudo isso acontece em cerca
de dois minutos numa montanha-russa --embora para os passageiros
pareça uma eternidade. O objetivo dos projetistas, naturalmente, é
criar o trajeto mais emocionante, de modo a proporcionar o maior
número possível de sobressaltos por metro de viagem, sem o menor
risco -- pois nisso está toda a graça do brinquedo. A velocidade
dos carros parece muito maior que a real, pela proximidade dos
trilhos e os apavorantes loops não passam de bem planejadas
estruturas, tudo graças ao concurso das leis da Física.
Começa
o passeio e o pequeno vagão é lentamente puxado até o ponto mais
alto da montanha-russa. Quanto mais alto for esse ponto, maior será
a energia do carro -- no caso, trata-se da energia potencial, que ao
se transformar em energia cinética durante a descida aumentará
progressivamente a velocidade do vagão. Qualquer objeto levantando
do solo contém energia potencial, criada pela força da gravidade.
Mas a corda de um relógio por exemplo, ou um pedaço de elástico
esticado também possuem energia potencial armazenada. Em Física
clássica, energia potencial e energia cinética são as duas faces
da energia mecânica.
A
palavra energia foi usada pela primeira vez num texto científico em
1807 pela Royal Society inglesa, por sugestão do médico e físico
Thomas Young (1773-1829). Outra de suas idéias brilhantes, mas que
permaneceu despercebida nos arquivos da ciência, foi a definição
de energia como a capacidade de realizar trabalho, ou seja, deslocar
determinada massa por uma distância. Essa definição é o
ponto-chave para a compreensão do conceito -- e também para se
entender os segredos da montanha-russa. Depois de ultrapassar o topo
do ponto de partida, o vagão escorrega em desabalada viagem ladeira
abaixo sem a ajuda de motores ou máquinas, como um carrinho de
rolimã ou um skate.
Durante
o trajeto, a energia mecânica do vagão é também utilizada de
forma inteligente -- ela serve para mover uma série de geradores que
fornecem eletricidade às lâmpadas que iluminam a montanha-russa. A
energia excedente é canalizada para os acumuladores (baterias), onde
é convertida em energia química. Esta poderá ser novamente
transformada em eletricidade, sempre que necessário. Alguém poderia
pensar que assim se obtém energia de graça. Mas, como dizia Lord
Keynes em relação aos fatos da economia, nada é gratuito no
Universo -- a energia necessária para o guincho puxar o vagão até
o início do percurso é muito superior à energia gerada na descida.
A diferença transformou-se em calor.
O
mesmo acontece com uma bola de pingue-pongue: ao ser largada sobre
uma superfície qualquer, voltará quase à altura original e irá
quicando cada vez mais até parar na superfície. Se não houvesse
perdas, a bola voltaria sempre à altura inicial, mas a energia se
dissipa sob a forma de calor. Uma das mais importantes propriedades
da energia -- com lugar cativo nas montanhas-russas -- é o
intercâmbio entre suas várias formas. Os físicos não conseguem
imaginar uma exceção sequer à regra de que qualquer forma de
energia pode ser convertida em outra. No caso da montanha-russa, o
movimento das rodas gera eletricidade. São elas ainda as
responsáveis pela velocidade desenvolvida.
A
única força capaz de deter o trem é o atrito. Na ausência total
de atrito, os passageiros embarcariam numa viagem sem fim, subindo e
descendo os obstáculos incansavelmente (desde, é claro, que tenham
sido levados até o início do trajeto). Por outro lado, se o atrito
fosse máximo, o trem não sairia do lugar. As rodas, embora consigam
diminuir grande parte do efeito do atrito, não chegam a eliminá-lo.
Por esse motivo, todos os veículos de detêm após certo tempo.
Descobrir o mistério que mantém os corpos em movimento sempre foi
um dos maiores desafios para a ciência. Suponha-se que, cessada a
força, cessasse também o movimento.
Mas,
em 1638, o físico italiano Galileu Galilei deduziu que a suposição
era falsa. Quatro anos mais tarde nasceria o homem que resolveria de
vez a questão -- o inglês Isaac Newton (1642-1727). A lei da
Inércia, ou Primeira Lei de Newton, diz que um corpo permanecerá no
estado em que estiver até que alguém venha dar-lhe um impulso. Mas
o que aconteceria com o corpo se, no lugar do impulso, fosse
empurrado continuamente? Essa força produziria um aumento
progressivo na sua velocidade. É a aceleração, descrita na Segunda
Lei de Newton. No parque de diversões, em queda livre, o vagão
sofre a ação da força da gravidade, portanto acelera. No entanto,
não cai na vertical, mas percorre um longo plano inclinado,
disfarçado pelos vales e picos do trajeto.
Eliminando-se
as curvas para a direita ou para a esquerda numa montanha-russa, seu
perfil poderia ser traçado dentro de um triângulo retângulo,
apoiado no seu maior cateto; o cateto oposto seria o ponto de
partida. Dali em diante, encontraria uma série de ondulações cada
vez menores. Todas as curvas que servem para fazer o vagão voltar ao
ponto de partida têm um desenho circular. Já os vales e picos
seguem um trajeto parabólico, assim como a imagem espelhada do
movimento de uma bola que cai da borda de uma mesa.
“A
vantagem da trajetória parabólica”, explica o físico Ernst
Hamburger, da Universidade de São Paulo, “é que o componente
horizontal do movimento não é afetado; assim, toda energia é
utilizada para vencer as ladeiras do percurso e não para tocar o
vagão adiante. “A velocidade obtida na descida é usada para
superar a próxima subida. E é tão elevada a velocidade desses
carrinhos que, antes ainda da primeira curva, os freios precisam
entrar em ação. Eles nada mais são que pontos de grande atrito e,
numa montanha-russa moderna, estão permanentemente acionados --
pois, na posição de repouso, freiam os vagões.
Nos
primeiros modelos, do começo do século, um funcionário era
encarregado de frear o carro quando ele se aproximava de pontos
predeterminados. “Nos trechos de alta velocidade dos modelos
atuais, um mecanismo desengata os freios; havendo algum problema,
automaticamente o vagão é brecado ao voltarem os freios à posição
desligada”, explica o engenheiro Laerte de Souza, responsável
pelos equipamentos do Playcenter, em São Paulo. Nesse instante, a
pastilha do freio que está junto aos trilhos morde uma lâmina de
metal que sai da lateral dos vagões, aplicando o atrito máximo para
impedir o movimento. A energia mecânica do vagão é assim
transformada em calor.
Boa
parte das inovações adotadas nos últimos anos nos parques de
diversões se deve não à Física ou à Matemática, mas aos
materiais empregados. Antigamente, as montanhas-russas eram de
madeira. Hoje são de aço e necessitam muito menos manutenção.
Importante também é a nova configuração dos trilhos - são
tubulares; um par de rodas como que abraça os tubos de cada lado,
permitindo movimentos muito mais bruscos em alta velocidade. Os novos
trilhos liberaram a imaginação dos projetistas. Munidos de
computadores, eles conseguem criar os mais extravagantes projetos.
“Com o computador é possível saber o que vai acontecer, antes
mesmo de desenhar o percurso no papel”, festeja Bill Cobb, um
projetista de Dallas, nos Estados Unidos.
Outro
grande aliado dos engenheiros é o acelerômetro, um pequeno
instrumento que, levado na mão do passageiro, permite medir a
intensidade e a direção das forças em diversos pontos do percurso.
As leituras são feitas em g, que representa o valor da aceleração
da gravidade. Os pilotos de jatos, quando obrigados a manobras mais
arriscadas, conseguem suportar até 11 g - onze vezes a força da
gravidade -- antes de perder a consciência. Os acelerômetros são
bastante usados pelos desenhistas que se dedicam a renovar
montanhas-russas antigas, a fim de torná-las mais seguras.
Naqueles
modelos, é o comum os acelerômetros indicarem valores até mesmo
negativos em certos pontos, principalmente nas pequenas lombadas.
Isso que dizer que o passageiro perigosamente, perde o contato com o
assento. As lombadas são então corrigidas para até 0,3 g -- três
décimos da gravidade. Com isso o passageiro se sentirá mais leve,
mas não sairá da cadeira. “A tecnologia tornou possível submeter
o passageiro às mais incríveis acrobacias, consideradas impossíveis
há dez anos”, afirma Randy Geisler, presidente da Associação dos
Entusiastas de Montanhas-Russas, com sede em Chicago, ouvido por
SUPERINTERESSANTE nos Estados Unidos.
O
motivo de tanto arrebatamento é um novo traçado: o loop, que
permite ao carrinho ficar literalmente de cabeça para baixo. Fazer
um trem viajar de ponta-cabeça era uma velha aspiração dos
projetistas. A primeira tentativa ocorreu no século passado, em
Coney Island, Nova York, no ano de 1887. Mas o que parecia ser a
escolha mais lógica -- o círculo de 360 graus -- não funcionou. O
problema é que, quando o vagão entra em alta velocidade num círculo
perfeito, a subida é muito brusca, gerando uma força centrífuga de
tal intensidade que pressiona os passageiros violentamente contra o
assento. No topo ocorre o inverso: o carro desacelera subitamente e
se a velocidade cair abaixo de certo limite, a gravidade irá puxar
os passageiros de seus assentos, quando estiverem de cabeça para
baixo.
A
solução matemática para esses inconvenientes já existia, porém,
desde o longínquo ano de 1744. Uma curva especial, chamada clotóide,
ou espiral de Cornu, havia sido descoberta então por um dos mais
prolíficos e geniais matemáticos de todos os tempos, o suiço
Leonhard Euler (1707-1783). Mas só em 1977 os projetistas se deram
conta de que a curva de Euler era a solução perfeita -- o seu raio
variável controla a velocidade do vagão, de acordo com a Lei da
Conservação do Momento Angular. Esta se manifesta, por exemplo,
quando se gira uma pequena pedra na ponta de um barbante, de modo a
fazê-la enrolar no dedo indicador. À medida que diminui o barbante,
aumenta a velocidade.
Assim,
o vagão entrando num loop em forma de gota move-se a uma velocidade
inferior à que teria num círculo, diminuindo também a força
centrífuga sobre os passageiros. No topo, o raio da curva é bem
menor. com isso, o vagão gira mais rápido do que num círculo.
Cria-se uma força centrífuga mais elevada, capaz de superar a
atração da gravidade, o que mantém os passageiros seguros nos
assentos. Essa inovação permitiu loops bastantes altos, já que os
carros não perdem velocidade. O maior loop do mundo, com 40 metros
de altura, é o da montanha-russa chamada Shock Wave (Onda de
Choque), em Illinois, Estados Unidos.
A
Shock Wave é também a mais alta e mais veloz montanha-russa do
mundo: o ponto inicial do passeio está a 52 metros de altura (o
equivalente a 17 andares); logo em seguida vem uma queda de 47
metros, quando a velocidade chega a 113 quilômetros por hora. O
grande loop é apenas o início de uma série de enlouquecidas
manobras que duram 2 minutos e 20 segundos. No total, os passageiros
ficam sete vezes de cabeça para baixo. “É uma loucura”,
orgulha-se seu criador, Ronald Toomer, ex-desenhista de foguetes,
responsável também por uma série de inovações na construção
das montanhas-russas americanas.
Pelo
visto, não é um brinquedo para qualquer um. Paul Ruben, um
americano fanático por montanhas-russas, a ponto de editar uma
revista sobre o assunto, confessa que não suportou mais de cinco
voltas seguidas na Shock Wave. “Depois, comecei a sentir tudo
estranho por dentro”, disse à SUPERINTERESSANTE. O único loop
existente no Brasil, o do Tivoli Park, no Rio de Janeiro, a rigor é
um parafuso: não gira no mesmo plano, mas se desenvolve como um
saca-rolhas. Sua altura é inferior a 10 metros e a velocidade máxima
é de 80 quilômetros por hora. A montanha-russa do Playcenter de São
Paulo tem 12 metros de altura e alcança 70 quilômetros por hora.
Os
especialistas, como Toomer e Ruben, apontam uma diferença
fundamental entre as montanhas-russa tradicionais e as que possuem um
loop: nas primeiras, pequenos carrinhos transportam sucessivamente
até quatro passageiros; já no segundo tipo, um só comboio leva té
28 passageiros. Segundo os físicos, não é preciso maior massa para
vencer o loop. Mas os projetistas usam a massa do comboio, por
exemplo, para ajudar a vencer o atrito de uma roda defeituosa e
completar a volta. Do mesmo modo, nem todas as modificações
baseadas na Física garantem total segurança - o cinto e outros
equipamentos similares devem ser usados, ainda que a própria força
centrífuga mantenha o passageiro firmemente grudado no assento.
A
Terceira Lei de Newton, também conhecida como a Lei da Ação e
Reação, pode também explicar que tipo de forças atuam durante o
loop. Ela diz que, para toda a força exercida sobre um corpo, surge
outra igual, em sentido contrário. No interior de um parafuso, como
o do Tivoli Park, o passageiro sofre uma aceleração centrífuga de
2 g, ou seja, seu peso dobra. Segundo a Terceira Lei de Newton, se os
trilhos não segurassem o vagão, ele sairia voando pelo espaço. A
reação (centrípeta) de apoio do trilho sobre o carrinho equivale à
força (centrífuga) com que o carrinho comprime o trilho.
As
montanhas-russas são tão científicas que muitas escolas levam os
alunos aos parques de diversões para uma verdadeira aula
experimental de Física. Adepto dessa prática é o físico Moacyr
Ribeiro do Valle Filho, da Universidade de São Paulo. “As relações
da Física estão presentes em todos os momentos da vida”, teoriza
ele. “Assim, em vez de aplicar um exemplo para cada fenômeno,
resolvi estudar todos os fenômenos presentes num determinado
exemplo. Moacyr Ribeiro, que justamente prepara uma tese de doutorado
sobre o uso do parque de diversões nas aulas de Física, tem um
ponto de vista muito claro sobre o que faz a graça do brinquedo: “O
apoio visual é indispensável, já que todas as forças envolvidas
somente variam a pressão do passageiro contra o assento. Um cego
numa montanha-russa não acharia o passeio muito extraordinário”.
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